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segunda-feira, 18 de junho de 2012




Silêncio


1. Qual a importância do silêncio em nossa vida?

Som e silêncio são um par, como o pé da frente e o pé de trás ao andar.  Cada um tem seu valor intrínsico e estão relacionados um ao outro como a lua e o mar.

2. Fale um pouco sobre a dificuldade de ficarmos em silêncio atualmente, já que vivemos agitados e submetidos a barulhos intensos. Como isso afeta o ser humano?

Há inúmeras provocações auditivas. Cada som nos remete a pensamentos, memórias, idéias, suposições, sonhos, sentimentos, emoções.
De repente não sabemos mais ficar conosco, com nossos próprios sons - de andar, comer, beber, escrever, digitar... sons e ruídos.  A mente também produz sons e ruídos.  precisamos reaprender a ouvir a nós mesmas. Pois é muito cansativo manter os canais auditivos sempre ligados.
Pode queimar a máquina. Pausas são necessárias.  Elas existem, mas nós mal as percebemos.  Entre cada som há o silêncio.  Há silêncio até mesmo no som. Ouça a voz do silêncio.





3. Buscar um refúgio nos finais de semana (seja em um sítio ou na praia) pode trazer benefícios?

Sair dos sons e ruídos cotidianos pode ajudar a apreciar até mesmo os sons e ruídos cotidianos.  Mas, onde quer que possamos ir haverá sons e ruídos.  Se na cidade temos carros, motos, música alta, carrinhos e aviões de brinquedo, caminhões, gritos, fogos de artifício e tantos mais.  Temos também os cantos dos pássaros, o farfalhar das folhas ao vento, a música da vida.  No campo, na praia há outros sons.  Alguém pode achar exaustivo o som das ondas do mar - constante como o tráfego de automóveis em uma subida movimentada. Outros reclamam dos sons dos insetos, pássaros.  tudo, na verdade, depende de nossa mente. Se acessarmos a um estado de tranquilidade, sons e ruídos são apenas sons e ruídos.  Apenas perceba que tem começco meio e fim.  E sempre há o doce silêncio, a quietude da presençca absoluta, de estar integra no que etá fazendo, intersendo com toda a vida do cosmos.

4. Durante uma conversa entre amigos, basta ocorrer um silêncio geral para as pessoas ficarem desconfortáveis. Nesses momentos, sempre tem alguém que se apressa em falar algo. Por que isso acontece? Ou seja: por que o silêncio causa constrangimento?

Desaprendemos a nos comunicar silenciosamente. Já nem sabemos o prazer de podermos ficar juntos sem dizer nada. parece que é obrigatório falar, ver TV, ouvir música, rir, mas há um plano de consicência superior onde a não palavra, o não som é mais poderoso e comunicativo, mais profundo e verdadeiro.  Somos pessoas tímidas, amedrontadas a revelar a nossa essência. Por que?  Porque nós mesmas não a reconhecemos.





5. Já ouvi histórias de gente que não gosta da ausência de barulho (por isso, deixa a televisão ligada, mesmo que esteja na cozinha). Por que isso acontece?

Hábito.  Até mesmo em elevadores agora há música ambiente.  Mal cumprimentamos quem está conosco no elevador.  Temos medo de vizinhas e vizinhos que se tornem íntimos e vernham tirar a nossa intimidade.  Então evitamos o contato.  Gostamos de estar a sós.  Isso não é mal. É um bem. Apreciar a quietude e a solidão, mas isso não significa estar fechada em si mesma. Há pessoas que desaprenderam a ouvir seus próprios passos, sua própria respiração.

6. Para quem deseja entrar em contato com si mesmo, quais os primeiros passos? Acha que encontrar momentos do dia para 'desligar' é uma boa?

Não é bem desligar.  É ao contrário. É religar-se.  Bom poder sentar-se alguns minutos, com a coluna erecta, sem apoio, pés firmes no chão ou na posição de lótus, observar sua própria respiração, batimento cardíaco, pensamentos e não pensamentos.  Estar absolutamente presente e ligada á vida. Ligar-se á verdade, ao sagrado, á vida, ao caminho iluminado.

7. Participar de retiros do silêncio também pode ser positivo?

Participar de retiros de silêncio pode ser difícil nos primeiros dias.  Depois se torna alguma coisa extraordinariamente bela e prazeirosa.  Descobrimos que nos comunicamos, que fluimos, que nos inter relacionamos em perfeita harmonia quando não tentamos mentir a nós mesmas e/ou aos outros, através de palavras, quando não queremos manipular pessoas.
Retiros de silêncio são um portal para o encontro com você mesma.  É preciso conhecer sua própria essência.




8. É possível praticar o silêncio interno mesmo quando tudo a nossa volta é barulho? Como fazer isso?

Respiração consciente. Sinta a difereça de temperatura do ar que entra e sai pelas narinas.  Perceba como está respirando.  Ouça todos os sons e ruídos, próximos e distantes - sem julgamento. Cado som, cada ruido está nos dizendo alguma coisa, traz uma mensagem - próximo, distante, perigo, ameaça, alegria, festa, brincadeira. Reaprender a ouvir. Há pessoas com deficiência auditiva.  Você acha que o seu mundo é mais silencioso?  Acha que sua mente é menos atribulada?  Que seus pensamentos, emoções e sensações estão aquietadas porque não conseguem ouvir?  É muito mais do que o som e o ruído.  O silêncio da mente que encontra a paz e a tranquilidade de Nirvana.

9. Acha que as pessoas valorizam demais as palavras? Fale sobre o valor da comunicação não-verbal nos relacionamentos (importância do olhar, do sorriso, etc.)

Estamos sempre nos comunicando em vários níveis.  Todo nosso corpo fala. Gestos, movimentos, odores, expresões faciais, lágrimas, sorrisos.
Olhos que se desviam, que encaram, que gritam, que sussurram. A palavra pode mascarar um sentimento, uma emoção, mas quem estiver desperta, quem for capaz de realmente ver, saberá que há algo além da palavra bonita ou áspera.
Encontrar a sabedoria superior, a capacidade de compreender  as causas e condições e poder atuar para transformar, para criar harmonia e respeito - isso é o essencial.  Podemos nos tornar espaços de tranquilidade, de silêncio profundo e de encontro com o mais precioso e sagrado em nós e em cada partícula cósmica.  Sente-se, observe, seja, perceba-se intersendo com tudo e todos.  Além das palavras e do silêncio.  Muito além é exatamente aqui e agora. Aprecie sua vida e desenvolva seu potencial humano de transcender na imanência.





Mãos em prece
Monja Coen

Entrevista a Thaís Manarini Costa do IG

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