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domingo, 3 de junho de 2012


03/06/2012 - 20h30

Jovem de 19 anos importa ativismo de peito nu do Femen para o Brasil

DIÓGENES MUNIZ
EDITOR-ADJUNTO DA TV FOLHA







"Já posso tirar?", pergunta, sorrindo, a jovem de 19 anos, enquanto despe a parte de cima da roupa em pleno vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo), na avenida Paulista.
Quem está na boca da cena -cabelos loiros, pele bem branca, batom vermelho-tomate nos lábios, seminua antes mesmo do 'pode' da reportagem- é Sara Winter (sobrenome fictício, "para não envolver a família"). Sara é a primeira integrante do grupo Femen no Brasil.
Nascida em São Carlos (interior de SP), a estudante de cinema foi recém-aceita no coletivo feminista que hoje conta com quase 400 militantes espalhadas pelo mundo. O grupo surgiu na Ucrânia, em 2008, e tem como principal objetivo combater o patriarcado em todas suas formas.
"No início, os protestos eram com roupa, mas não adiantava nada. Quando elas começaram a exibir os seios, aí decolou", constata Sara.




GRIFE
Hoje, o Femen é uma grife global. Suas ações (denominadas "ataques" pelas executoras) aparecem na mídia dia sim, dia não. As ativistas estão geralmente com fantasias minúsculas, grinaldas e fazendo topless. Via de regra, acabam presas.
Embora o foco seja lutar contra o machismo, as Femen se debruçam sobre quaisquer outros temas polêmicos. Dizem dar "uma visão feminina" à pauta do momento.
Já mostraram os peitos na Itália (contra o ex-primeiro ministro Silvio Berlusconi), na Suíça (contra o Fórum Econômico Mundial), na França (contra o ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Khan), na Rússia (contra o presidente Vladimir Putin) e na Turquia (contra a violência doméstica).
Agora, voltam-se com força total para sua cidade de origem, Kiev, contra a organização da Eurocopa na Ucrânia. O torneio serve, na visão delas, ao turismo sexual.
É para lá que Sara embarca neste mês. Ela conseguiu uma doação de R$ 2 mil do grupo ucraniano e ainda tenta angariar mais dinheiro pela internet. A ideia é passar por um treinamento "na marra", em ações diretas para capturar a taça da Euro e, se possível, destruí-la.
Zanone Fraissat/Folhapress
Sara Winter (sobrenome fictício, "para não envolver a família"), a primeira integrante do grupo Femen no Brasil
Sara Winter (sobrenome fictício, "para não envolver a família"), a primeira integrante do grupo Femen no Brasil


COPA E GRETCHEN


Não será seu primeiro "ataque". No mês passado, a são-carlense tentou invadir o show da Gretchen ("denigre a imagem da mulher brasileira") na Virada Cultural. Acabou interceptada por um segurança. Sem perder o ânimo, convenceu a organização a fazer um discurso após o show.
"Não queremos destruir esse tipo de mulher que a Gretchen representa, só queremos mostrar que a mulher brasileira não é só isso", afirma.
Sara também trabalha no médio prazo. Até 2014, espera arregimentar mais de 20 meninas para organizar ataques à organização da Copa do Mundo no Brasil.
"O alvo aqui também vai ser o combater ao turismo sexual", discursa.


AUTONOMIA


Mas, será que manifestações envolvendo nudez podem surpreender alguém no país do Carnaval?
"Com certeza! As pessoas acreditam que, por estarmos no Brasil, os protestos com peito nu não vão chocar, mas é só lembrar que vivemos num país de maioria católica para ver que não é bem assim", diz a jovem.
O fato de as Femen que aparecem na mídia serem jovens magras, loiras e bem-depiladas as torna alvo de críticas de outras feministas. Há quem as acuse de serem obedientes à cartilha da indústria da beleza. Ou que suas performances apenas alimentam uma mídia ávida por nudez.
Segundo Sara, não há padrão de beleza para entrar grupo. "E eu sinceramente acho que boa parte das pessoas entende a nossa mensagem", diz.
Há outros motivos para estarem nuas, como a demonstração de autonomia sobre o próprio corpo. Em resumo, "se um homem pode andar por aí sem camisa, por que a mulher não pode?"
Ao fim da entrevista, após pintar os seios de verde-amarelo, a Femen são-carlense desabafa um arrependimento: já foi agredida por um ex, e não procurou a polícia.
"Eu era muito dependente dele, morava na casa dele. Tinha medo. Hoje, eu não pensaria duas vezes. Tem que denunciar."
Colaborou Isadora Brant

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